07 março 2008

NO DIA DA MULHER



Eu...
Florbela Espanca

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

4 Comments:

Blogger Carolina said...

E que nunca na vida me encontrou!

8/3/08 19:53  
Blogger Jelicopedres said...

[...]
Por aquela tão doce e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita a minha gratidão.

Canção Grata/Florbela Espanca

(grande figura feminina da primeira década da Literatura Portuguesa do Séc. XX)

9/3/08 15:36  
Anonymous Anónimo said...

Lindo poema um bem haja por dedidares esse poema as mulheros, um beijo.

14/3/08 21:10  
Blogger lami said...

Tudo a ver
com o Ser,
Com o Viver,
Com a Mulher!

17/3/08 17:49  

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