CARTA ABERTA AOS PORTUGUESES
Porto de Sines
CARTA ABERTA AOS PORTUGUESES; EXPORTAR O MAR, A MAIS URGENTE OBRA PÚBLICA
O Presidente da República sublinhou na sua mensagem de Ano Novo que Portugal terá, no aumento das exportações, um dos trunfos para vencer a grave crise económica que se está a abater sobre todos nós.
Sabemos que nos endividamos cada vez mais no estrangeiro, ao exportar cada vez menos do que se importa.
Será nas actividades do Mar que o nosso Pais poderá, em pouco tempo, se lançarmos mãos à obra, encontrar as riquezas para exportar que nos salvem dum naufrágio.
O MAR está à porta dos portugueses.
As actividades a ele inerentes podem minguar, crescer, paralisar, reduzir-se ou imobilizar-se, mas o MAR está e estará sempre no mesmo local. Não se desmonta, não vai à falência, não se embala e transfere para países do terceiros mundo, não parte à procura de mão-de-obra barata; está lá sempre à nossa espera, a aguardar que lhe captem as suas potencialidades.
O País encontra-se sobre um precipício e nele cairá se não ampliar rapidamente as suas exportações. E essa ampliação só será alcançada se os estrangeiros as quiserem comprar. E só compram aquilo que não tiverem melhor e mais barato. E o que fazer para tal objectivo?
Investir nas actividades e produtos inerentes ao MAR onde seja urgente, a saber:
- O Turismo - O turismo de qualidade, de apetência, de satisfação e prazer. No lazer, no entretenimento, no ambiente da natureza, nos desportos náuticos, enfim na valorização e desenvolvimento harmonizado e sustentado de todas as estruturas que na beira mar e na orla costeira podem atrair os visitantes e deixar neles o gosto de voltar.
- Os Portos - Os nossos seis portos principais devem ser adaptados, equipados e preparados para as actividades da nova geração dos grandes navios. Rentabilizados na mobilidade das mercadorias e dos turistas que por eles passem ou que possam ser transferidas para portos estrangeiros (exportadas) restaurando e modernizando as degradadas estruturas e vias de comunicação. Ampliados nas suas ofertas de docas e marinas de recreio.
- As Pescas – As pescas podem e devem, dentro dos condicionamentos da EU, orientar-se para as espécies de maior valor rentabilizando todos os seus produtos no maior aplicação possível ao acondicionamento (conservas e outros em imagens atractivas) para exportação.
Modernizar as suas frotas. Valorizar as suas tripulações. Minimizar os desperdícios. Aperfeiçoar a manutenção, conservação e reparação das unidades e das artes.
- Os Estaleiros – Os estaleiros quer de construção quer de reparação naval devem ser ampliados e equipados de modo a construir rapidamente unidades modernas e competitivas para o comércio marítimo, para as pescas e para o recreio. Com especial incidência na procura dos mercados dos países da CPLP.
Exportar um navio equilibra tanto a balança de pagamentos como exportar 10.000 carros.
As Investigações e Conhecimento Científico das Ciências do Mar
- As Ciências dos MAR e os organismos que as dinamizam devem receber melhores meios humanos de investigação e ensino, melhores equipamentos laboratoriais e ficar mais facilitados a todos os elementos estrangeiros que os desejarem frequentar de modo a se alcançarem nas suas instalações os mais actualizados estudos e investigações nas Ciências Marinhas.
- As Riquezas dos Fundos Marinhos – A actividades de pesquisa aos fundos do mar devem incidir num rápido Planeamento das riquezas minerais nele existentes; nas riquezas arqueológicas e na capacidade das actividades subaquáticas desde a cientificas até às de cinema e vídeo.
Para levar à prática a execução de todas as actividades, acima referenciadas, deve ser instituída UMA LISTAGEM urgente das mesmas (quer públicas quer privadas) e constituído um Fundo de pelo menos 20 mil milhões de Euros que seriam atribuídos de acordo com a ordem prioritária da referida lista das obras públicas rentáveis e de garantia sustentável futura aos empregos a criar.
De imediato os projectos do TGV, do novo aeroporto de Lisboa, da 3º travessia do Tejo e das auto-estradas planeadas, para menos de 100 quilómetros das existentes, seriam colocados no final da referida LISTAGEM.
Se conhecerem outro projecto para melhor e mais rapidamente reduzir o tremendo défice comercial que nos vai afogar a todos apresentem-no.
Está nas vossas mãos.
Joaquim Ferreira da Silva
Capitão da Marinha Mercante
Membro da Secção Transportes de Sociedade de Geografia
Membro da Academia de Marinha
Presidente da Fundacion TECNOSUB-Tarragona
O Presidente da República sublinhou na sua mensagem de Ano Novo que Portugal terá, no aumento das exportações, um dos trunfos para vencer a grave crise económica que se está a abater sobre todos nós.
Sabemos que nos endividamos cada vez mais no estrangeiro, ao exportar cada vez menos do que se importa.
Será nas actividades do Mar que o nosso Pais poderá, em pouco tempo, se lançarmos mãos à obra, encontrar as riquezas para exportar que nos salvem dum naufrágio.
O MAR está à porta dos portugueses.
As actividades a ele inerentes podem minguar, crescer, paralisar, reduzir-se ou imobilizar-se, mas o MAR está e estará sempre no mesmo local. Não se desmonta, não vai à falência, não se embala e transfere para países do terceiros mundo, não parte à procura de mão-de-obra barata; está lá sempre à nossa espera, a aguardar que lhe captem as suas potencialidades.
O País encontra-se sobre um precipício e nele cairá se não ampliar rapidamente as suas exportações. E essa ampliação só será alcançada se os estrangeiros as quiserem comprar. E só compram aquilo que não tiverem melhor e mais barato. E o que fazer para tal objectivo?
Investir nas actividades e produtos inerentes ao MAR onde seja urgente, a saber:
- O Turismo - O turismo de qualidade, de apetência, de satisfação e prazer. No lazer, no entretenimento, no ambiente da natureza, nos desportos náuticos, enfim na valorização e desenvolvimento harmonizado e sustentado de todas as estruturas que na beira mar e na orla costeira podem atrair os visitantes e deixar neles o gosto de voltar.
- Os Portos - Os nossos seis portos principais devem ser adaptados, equipados e preparados para as actividades da nova geração dos grandes navios. Rentabilizados na mobilidade das mercadorias e dos turistas que por eles passem ou que possam ser transferidas para portos estrangeiros (exportadas) restaurando e modernizando as degradadas estruturas e vias de comunicação. Ampliados nas suas ofertas de docas e marinas de recreio.
- As Pescas – As pescas podem e devem, dentro dos condicionamentos da EU, orientar-se para as espécies de maior valor rentabilizando todos os seus produtos no maior aplicação possível ao acondicionamento (conservas e outros em imagens atractivas) para exportação.
Modernizar as suas frotas. Valorizar as suas tripulações. Minimizar os desperdícios. Aperfeiçoar a manutenção, conservação e reparação das unidades e das artes.
- Os Estaleiros – Os estaleiros quer de construção quer de reparação naval devem ser ampliados e equipados de modo a construir rapidamente unidades modernas e competitivas para o comércio marítimo, para as pescas e para o recreio. Com especial incidência na procura dos mercados dos países da CPLP.
Exportar um navio equilibra tanto a balança de pagamentos como exportar 10.000 carros.
As Investigações e Conhecimento Científico das Ciências do Mar
- As Ciências dos MAR e os organismos que as dinamizam devem receber melhores meios humanos de investigação e ensino, melhores equipamentos laboratoriais e ficar mais facilitados a todos os elementos estrangeiros que os desejarem frequentar de modo a se alcançarem nas suas instalações os mais actualizados estudos e investigações nas Ciências Marinhas.
- As Riquezas dos Fundos Marinhos – A actividades de pesquisa aos fundos do mar devem incidir num rápido Planeamento das riquezas minerais nele existentes; nas riquezas arqueológicas e na capacidade das actividades subaquáticas desde a cientificas até às de cinema e vídeo.
Para levar à prática a execução de todas as actividades, acima referenciadas, deve ser instituída UMA LISTAGEM urgente das mesmas (quer públicas quer privadas) e constituído um Fundo de pelo menos 20 mil milhões de Euros que seriam atribuídos de acordo com a ordem prioritária da referida lista das obras públicas rentáveis e de garantia sustentável futura aos empregos a criar.
De imediato os projectos do TGV, do novo aeroporto de Lisboa, da 3º travessia do Tejo e das auto-estradas planeadas, para menos de 100 quilómetros das existentes, seriam colocados no final da referida LISTAGEM.
Se conhecerem outro projecto para melhor e mais rapidamente reduzir o tremendo défice comercial que nos vai afogar a todos apresentem-no.
Está nas vossas mãos.
Joaquim Ferreira da Silva
Capitão da Marinha Mercante
Membro da Secção Transportes de Sociedade de Geografia
Membro da Academia de Marinha
Presidente da Fundacion TECNOSUB-Tarragona
7 Comments:
Um oportuníssimo texto do meu prezado vizinho Comandante Ferreira da Silva.
Sempre vigilante e atento aos problemas da actualidade e tentando com "os seus escritos" alertar quem de direito, para a sua solução.
Assim o ouvissem!
Mas há por aí muita "orelha de mercador"!...
Saudações!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
Como diz a Carolina "há por aí muita "orelha de mercador"!
Esta carta é um verdadeiro achado!
Que pena os nossos governantes não agirem com esta coesão!!
:)
Pois há muita orelha de mercador por ai um beijo.
Há muito tempo e muitas vezes tenho ouvido falar no potencial do Mar para o nosso país mas sinceramente muito me surpreende que até hoje os nossos governantes não tenham agarrado esse potencial que está aqui "à nossa porta"!
Só é pena que, esta "CARTA ABERTA AOS PORTUGUESES", seja lida e entendida por, alguns (poucos) desses Portugueses, que acreditam que projectos com "cabeça tronco e membros", normalmente são postos de parte, de imediato.
Porque são incómodos e, obrigariam a grandes mudanças marcadas por projectos que promovem outros interesses que de pouco ou nada servem o progresso que todos merecíamos no nosso País.
que oportuna carta. omare mesmo a nossa preciosa kamanga.
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