11 dezembro 2008

A Carta - 1999 - MANOEL DE OLIVEIRA


Mademoiselle de Chartres teve um primeiro desgosto de amor: foi abandonada por um jovem que desejava manter com ela uma relação bastante livre. Uma noite, uma amiga de sua mãe, a Mme. Silva, esposa do Director da Fundação Gulbenkian, apresenta-a a um médico de grande reputação, Jacques de Clèves. Este apaixonara-se pela jovem ao vê-la escolher um colar acompanhada pela mãe, numa famosa ourivesaria da Praça Vandôme. A jovem aceita casar com ele, sem no entanto sentir qualquer paixão. Esta paixão vai ter como alvo um jovem cantor da moda, Pedro Abrunhosa. Apercebendo-se que este amor está a desabrochar, Mme de Chartres, pouco tempo antes de morrer, avisa a filha e aconselha-a a ser prudente. A jovem, deseja ser fiel e digna da confiança que o seu marido tem nela. Agora sem o apoio da mãe, vai regularmente visitar uma amiga da escola que vive num convento em Paris. Cada vez mais pressionada pelos seus sentimentos por Pedro Abrunhosa, que tenta fazê-la viver esta paixão, Mme. de Clèves decide confiar o segredo do seu amor ao seu marido para que este a ajude no dilema. Mas o marido, que confirma assim aquilo de que desconfiava, fica desesperado e morre pouco tempo depois. Viúva, Mme. de Clèves não casará com o cantor: perdeu uma vez no jogo do amor e tem medo de perder novamente junto de um homem tão cortejado pelas mulheres. Sem dizer nada a ninguém, Mme. de Clèves desaparece. A sua amiga religiosa recebe um dia uma carta de África: a Mme. de Clèves partiu com um grupo de missionários, foi socorrer as populações martirizadas pela guerra civil, a doença e a fome.
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