27 março 2009

Tristes trópicos, triste Papa - Miguel Sousa Tavares


Quinta, 26 Março 2009 00:17
Lisboa - Os Papas gostam muito de ir a África. São viagens que asseguram sempre uma grande cobertura mediática, estádios cheios de multidões com bandeirinhas que não entendem nada do que o Papa lhes vai dizer nem estão lá para isso, discursos de efeito fácil e inócuo contra a pobreza e o subdesenvolvimento que ficam sempre bem à imagem de uma Igreja preocupada com questões sociais. De caminho, os Papas não se preocupam nada ou quase nada com a caução que dão às ditaduras que visitam, à corrupção que elas praticam e à miséria que promovem.
Quando João Paulo II visitou a Costa do Marfim, de que era ditador Houphouet-Boigny, dormiu num edifício construído de propósito para o efeito que custou 150 milhões de euros - o equivalente, talvez, ao PIB anual do país, e construído ao lado da Catedral de Yamassoukro - do tamanho da Basílica de S. Pedro, em Roma, toda em mármore, erguida em plena selva e cujo custo ninguém conseguiu jamais estimar. E aí, no covil do ladrão, abençoou o país e o seu Presidente e não se esqueceu de pregar a caridade para a multidão de miseráveis a quem o regime local roubava o pão e a escola para financiar a ostentação religiosa e o palácio particular do VIIème em Paris onde Boigny gostava de passar o melhor do seu tempo.
Também agora, vendo o ar feliz com que Bento XVI se passeou em Yaoundé, ao lado do Presidente Biya, dos Camarões - corrupto e ditador, como manda a tradição - e da sua contratada primeira-dama, constato que a tão elogiada diplomacia duplamente milenar da Santa Sé continua a seguir a mesma regra de sempre: o essencial é garantir que a Igreja Católica seja tolerada e de preferência bem tratada onde quer que seja, nem que para isso o Papa tenha de caucionar, visitar e abençoar aquilo que a decência mandaria evitar. Foi assim, por exemplo, que João Paulo II, de visita à Indonésia, aceitou deslocar-se a Timor, no auge da ocupação e da repressão (inclusive sobre a Igreja Católica), porque, em contrapartida, lhe asseguraram uma existência pacífica no maior país muçulmano do mundo.
Para dizer com franqueza, por mais que a figura de Ratzinger afaste qualquer simpatia - ao contrário do que sucedia com Woytila - o que Bento XVI faz e diz em África não é substancialmente diferente do que fazia e dizia João Paulo II: convoca a fé irracional das multidões, de que a Igreja tanto gosta, prega a caridade em lugar da justiça social, e repete os insustentáveis dogmas morais para um mundo que não existe e que hoje parece ser o fundamental da mensagem de Roma. Se fosse só esta a mensagem que a Igreja Católica tivesse para levar a África e a outras partes do mundo, há muito que teria desaparecido do mapa. Mas, apesar da perda de influência constante a favor daquilo a que Bento XVI chama "seitas", o que ainda mantém a Igreja com uma força de influência moral em África é o trabalho, muitas vezes invisível e até mal compreendido por Roma, que muitos sacerdotes, missionários e comunidades cristãs desenvolvem no terreno, em condições bem difíceis. Felizmente, aí vale aquele provérbio africano que diz que "a palavra do chefe não passa além do rio". Aí, confrontados diariamente com a doença e o sofrimento, vivendo num continente onde estão 70% dos infectados com sida, os padres sabem que a sua obrigação, moral e religiosa, é aconselhar o uso do preservativo e não fazer pregações irresponsáveis e paternalistas a favor da abstinência, da fidelidade ou da procriação como único fim da sexualidade.
No curto espaço de três semanas, este infausto Papa, imposto por longas manobras da cúpula 'negra' da Igreja Católica, conseguiu mostrar o pior de si mesmo. Primeiro, levantou a excomunhão contra o arcebispo nazi inglês Williamson e a sua seita anti-Vaticano II e apenas duas semanas depois de ele ter repetido que o Holocausto era uma invenção dos judeus; depois, defendeu e confirmou a excomunhão decretada pelo arcebispo de Olinda e Recife contra a mãe e os médicos que procederam ao aborto de uma menina de 9 anos (!), violada repetidamente e engravidada pelo padrasto, e que nem sequer percebeu que estava grávida e tinha deixado de estar; enfim, decretou, ao pisar África, que o preservativo não só não serve para atacar a disseminação da sida como até "a pode agravar". E isto, em nome da "vida". Que saberá o Papa da vida? Como é que algum católico, a começar por ele próprio, pode acreditar que Deus fala por ele?
Eu não gosto de Ratzinger, como se percebe. Não gostei do seu passado à frente da Doutrina da Congregação e da Fé, onde se dedicou sempre a perseguir o sector mais aberto e moderno da Igreja e a defender o sector mais retrógrado e fechado. Ao mesmo tempo que fustigavam o preservativo, o aborto em quaisquer circunstâncias e o sexo como direito natural das pessoas, fecharam os olhos durante décadas ao deboche e à ignominiosa perversão das paróquias, bispados e colégios católicos onde a pedofilia homossexual sobre indefesos era lei e regra. E eles sabiam - tinham de saber.
A moral não é uma questão de fé nem de mandamento divino. Não é preciso ter fé para se obedecer a um código de conduta com valores morais que todos devemos ter. Por vezes até - como se vê com os pregadores extremistas do Islão, do judaísmo ou do Papa Ratzinger - é a invocação da fé que acaba por pretender legitimar o que é moralmente insustentável. Também a fé não dispensa que se tente perceber quem os outros são, olhando-lhes para a cara. A mim, bastou-me olhar para a expressão de Ratzinger, no primeiro momento em que apareceu à janela de S. Pedro como Papa Bento XVI, para perceber muita coisa: Deus não tinha nada a ver com aquilo; o que ali estava inscrito transparentemente era uma expressão de pura cobiça satisfeita, de deleite com o poder. E até hoje não o vi mudar de expressão, apenas disfarçar, enquanto vai achando prudente, as ideias que desde sempre foram as suas.
Enquanto se ocupa a excomungar médicos que salvam a vida a uma criança violada pelo padrasto, Bento XVI prepara-se fatalmente para dar sequência ao que seria apenas uma anedota portuguesa, não fosse também uma vampirização da nossa História: fazer de D. Nuno Álvares Pereira santo, só porque uma senhora de Vila Franca de Xira se queimou com o óleo da cozinha, rezou ao beato e curou-se... graças aos médicos que a assistiram e às defesas do organismo. E fica em silêncio quando tantos devotos católicos e financeiros, seguidores do também beato Escrivá de Balaguer, fundador da Opus Dei, levaram o culto de vendilhões do templo a tal extremo que conduziram o mundo a uma crise global e reduziram milhões de pessoas à moderna escravidão do desemprego e da pobreza.
Não, Deus não iluminou o conclave de Roma no momento de soltar fumo branco por Ratzinger. Mas o pior é que o mundo que os rodeia também não os inspirou em nada. E a consequência é que a Igreja Católica desertou de onde, apesar de todos os seus humanos erros, faz falta.
Miguel Sousa Tavares

15 março 2009

Resumos de Grandes Obras

Leon Tolstoi :
“Guerra e Paz “
Um rapaz não quer ir à guerra por estar apaixonado e por isso Napoleão invade Moscovo. A rapariga casa-se com outro.

Marcel Proust
“A lá recherche du temps perdu”
(Em busca do tempo perdido )
Um rapaz asmático sofre de insónias porque a mãe não lhe dá um beijinho de boa-noite. No dia seguinte tem um ataque de asma porque a namorada (ou namorado?) se recusa a dar-lhe uns beijinhos. Tudo termina num baile, onde estão todos muito velhinhos - e prontos.

­­­­­­­­­­­­Gustave Flaubert
“Madame Bovary “
Uma dona de casa engana o marido e faz amor com o padeiro, com o leiteiro, com o carteiro, com o homem do bar, com o dono da mercearía e com um vizinho cheio de dinheiro. Depois entra em depressão, envenena-se e morre.

Luis de Camões
“Os Lusíadas”
Um poeta com insónia crónica decide chatear o Rei e contar-lhe uma longa história de marinheiros que, depois de alguns problemas (logo resolvidos por uma deusa super-gente fina) , ganham a reforma numa ilha cheia de mulheres lindas e super-gostosas!

William ShaKespeare
“Romeo and Juliet”
Dois adolescentes maluquinhos apaixonam-se, mas as familias proibem o namoro. As duas famílias entram em choque, uma guerra tremenda, muita gente ferida... Então um padre tem uma idéia idiota e os dois adolescentes morrem, depois de terem bebido veneno pensando que era um suporífero.

William Shakespeare
“ Hamlet “
Um príncipe com insónias passeia pelas muralhas do castelo, quando o fantasma do pai lhe diz que foi morto pelo tio que dorme com a mãe, cujo homem de confiança é o pai da namorada, que entretanto se suicida ao saber que o príncipe lhe matou o pai para se vingar do tio que tinha morto o pai do seu namorado e dormia com a mãe. O príncipe mata o tio que dorme com a mãe, depois de falar com uma caveira, e morre assassinado pelo irmão da namorada, a mesma que era doida e se tinha suicidado.

Sófocles
“Èdipo e o Rei”

Um rei palerma e muito mulherengo tem um amigo muito sacana, que só pensa em faze-lo de parvo. O tal amigo, por não ganhar um cargo no governo, resolve vingar-se do rei, convencendo-o de que a rainha tem um amante. O palerma acredita e mata a rainha. Depois descobre que afinal era tudo mentira, e sentiu-se muito burro por ter acreditado no tal amigo. Prende o desgraçado e fica o resto da vida a chorar sozinho.
(este post é dedicado à minha amiga Carolina, que preconiza um grande poder de sínteze)

08 março 2009

DIA DA MULHER - PARABÉNS A TODAS


A Mulher ideal …
É aquela que é maravilhosa acima de tudo.Que pode com um sorriso provocar amor e felicidade.
A Mulher ideal …
É aquela que é simples por natureza.
Que pode explicar com gestos simples toda a sua feminilidade e grandeza.
A Mulher ideal …
É aquela que sabe como ninguém entender os sinais do amado, adivinhando-lhe os movimentos e estando sempre a seu lado.
A Mulher ideal …
É aquela que não seja perfeita, pois somente Deus o é, mas que busque a perfeição em todos os seus gestos.
A Mulher ideal …
É aquela que mostra a sua beleza todos os dias, como no primeiro encontro. Fazendo dos momentos com o seu amado um eterno reencontro.
A Mulher ideal …
É aquela que mesmo com o passar dos anos, tem sempre um sorriso de menina, pois o enrugar da pele é ínfimo perante a alma feminina.
A Mulher ideal …
É aquela que se apresenta perante a sociedade como a mais formosa dama.
Mas quando na intimidade, partilha todos os segredos.
Enfim, a Mulher ideal …
É aquela que mesmo não sendo Deusa, sabe como ninguém trazer um pedacinho do céu.

Rob
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