21 janeiro 2009

USAir 1549 - Amaragem no Hudson

Como já é do conhecimento da maioria dos nossos leitores, no passado fim de semana fomos convidados pelo canal de televisão SIC, a realizar uma simulação do curto voo da US Airways em Nova York e que acabou com a amaragem no rio Hudson em frente a Manhattam.
A reportagem foi realizada na escola de aviação Flightires e teve como piloto virtual o Jorge Diogo.
É de salientar, mais uma vez a crescente importãncia da simulação aérea para os orgãos de comunicação social. Fica aqui o video colocado no Youtube.


(clique na imagem sff)
AirSim.Net

19 janeiro 2009

ANA MOURA - OS BÚZIOS

Havia a solidão da prece num olhar triste
Como se os seus olhos fossem as portas de pranto
Sinal da cruz que persiste, os dedos contra o quebranto
E os búzios que a velha lançava sobre um velho manto

Refrão
Há espera está um grande amor, mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na porta do medo
Vê como os búzios cairam virados p'ra norte
Pois eu vou mexer no destino vou mudar-te a sorte (bis)

Havia um desespero intenso na sua voz
O quarto cheirava a insenso e mais uns quantos pós
A velha agitava o lenço, dobrou, deu-lhe dois nós
E o seu pai de santo falou, usando-lhe a voz

Há espera está um grande amor mas guarda segredo
Vazio, tens o teu coração na porta do medo
Vê como os búzios cairam virados p'ra norte
Pois eu vou mexer no destino vou mudar-te a sorte (bis)

Há espera está um grande amor, mas guarda segredo
Vazio, tens o teu coração na porta do medo
Vê como os búzios cairam virados p'ra norte
Pois eu vou mexer no destino, vou mudar-te a sorte (bis)

(clique na imagem sff)

17 janeiro 2009

A CRISE ESTÁ EM CRISE

OPINIÃO
A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado.
Ou estou fortemente enganado (o que sucede, aliás, com uma frequência notável), ou a história de Portugal é decalcada da história de Pedro e o Lobo, com uma pequena alteração: em vez de Pedro e o Lobo, é Pedro e a Crise.
De acordo com os especialistas - e para surpresa de todos os leigos, completamente inconscientes de que tal cenário fosse possível - Portugal está mergulhado numa profunda crise. Ao que parece, 2009 vai ser mesmo complicado. O problema é que 2008 já foi bastante difícil. E, no final de 2006, o empresário Pedro Ferraz da Costa avisava no Diário de Notícias que 2007 não iria ser fácil. O que, evidentemente, se verificou, e nem era assim tão difícil de prever tendo em conta que, em 2006, analistas já detectavam que o País estava em crise. Em Setembro de 2005, Marques Mendes, então presidente do PSD, desafiou o primeiro-ministro para ir ao Parlamento debater a crise económica. Nada disto era surpreendente na medida em que, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, entre 2004 e 2005, o nível de endividamento das famílias portuguesas aumentou de 78% para 84,2% do PIB. O grande problema de 2004 era um prolongamento da grave crise de 2003, ano em que a economia portuguesa regrediu 0,8% e a ministra das Finanças não teve outro remédio senão voltar a pedir contenção. Pior que 2003, só talvez 2002, que nos deixou, como herança, o maior défice orçamental da Europa, provavelmente em consequência da crise de 2001, na sequência dos ataques terroristas aos Estados Unidos. No entanto, segundo o professor Abel M. Mateus, a economia portuguesa já se encontrava em crise antes do 11 de Setembro. A verdade é que, tirando aqueles seis meses da década de 90 em que chegaram uns milhões valentes vindos da União Europeia, eu não me lembro de Portugal não estar em crise. Por isso, acredito que a crise do ano que vem seja violenta. Mas creio que, se uma crise quiser mesmo impressionar os portugueses, vai ter de trabalhar a sério. Um crescimento zero, para nós, é amendoins. Pequenas recessões comem os portugueses ao pequeno-almoço. 2009 só assusta esses maricas da Europa que têm andado a crescer acima dos 7 por cento. Quem nunca foi além dos 2%, não está preocupado. É tempo de reconhecer o mérito e agradecer a governos atrás de governos que fizeram tudo o que era possível para não habituar mal os portugueses.
A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado. Agora, somos o povo da Europa que está mais bem preparado para fazer face às dificuldades.

06 janeiro 2009

CARTA ABERTA AOS PORTUGUESES

Porto de Sines
CARTA ABERTA AOS PORTUGUESES; EXPORTAR O MAR, A MAIS URGENTE OBRA PÚBLICA

O Presidente da República sublinhou na sua mensagem de Ano Novo que Portugal terá, no aumento das exportações, um dos trunfos para vencer a grave crise económica que se está a abater sobre todos nós.
Sabemos que nos endividamos cada vez mais no estrangeiro, ao exportar cada vez menos do que se importa.
Será nas actividades do Mar que o nosso Pais poderá, em pouco tempo, se lançarmos mãos à obra, encontrar as riquezas para exportar que nos salvem dum naufrágio.
O MAR está à porta dos portugueses.
As actividades a ele inerentes podem minguar, crescer, paralisar, reduzir-se ou imobilizar-se, mas o MAR está e estará sempre no mesmo local. Não se desmonta, não vai à falência, não se embala e transfere para países do terceiros mundo, não parte à procura de mão-de-obra barata; está lá sempre à nossa espera, a aguardar que lhe captem as suas potencialidades.
O País encontra-se sobre um precipício e nele cairá se não ampliar rapidamente as suas exportações. E essa ampliação só será alcançada se os estrangeiros as quiserem comprar. E só compram aquilo que não tiverem melhor e mais barato. E o que fazer para tal objectivo?
Investir nas actividades e produtos inerentes ao MAR onde seja urgente, a saber:
- O Turismo - O turismo de qualidade, de apetência, de satisfação e prazer. No lazer, no entretenimento, no ambiente da natureza, nos desportos náuticos, enfim na valorização e desenvolvimento harmonizado e sustentado de todas as estruturas que na beira mar e na orla costeira podem atrair os visitantes e deixar neles o gosto de voltar.
- Os Portos - Os nossos seis portos principais devem ser adaptados, equipados e preparados para as actividades da nova geração dos grandes navios. Rentabilizados na mobilidade das mercadorias e dos turistas que por eles passem ou que possam ser transferidas para portos estrangeiros (exportadas) restaurando e modernizando as degradadas estruturas e vias de comunicação. Ampliados nas suas ofertas de docas e marinas de recreio.
- As Pescas – As pescas podem e devem, dentro dos condicionamentos da EU, orientar-se para as espécies de maior valor rentabilizando todos os seus produtos no maior aplicação possível ao acondicionamento (conservas e outros em imagens atractivas) para exportação.
Modernizar as suas frotas. Valorizar as suas tripulações. Minimizar os desperdícios. Aperfeiçoar a manutenção, conservação e reparação das unidades e das artes.
- Os Estaleiros – Os estaleiros quer de construção quer de reparação naval devem ser ampliados e equipados de modo a construir rapidamente unidades modernas e competitivas para o comércio marítimo, para as pescas e para o recreio. Com especial incidência na procura dos mercados dos países da CPLP.
Exportar um navio equilibra tanto a balança de pagamentos como exportar 10.000 carros.
As Investigações e Conhecimento Científico das Ciências do Mar
- As Ciências dos MAR e os organismos que as dinamizam devem receber melhores meios humanos de investigação e ensino, melhores equipamentos laboratoriais e ficar mais facilitados a todos os elementos estrangeiros que os desejarem frequentar de modo a se alcançarem nas suas instalações os mais actualizados estudos e investigações nas Ciências Marinhas.
- As Riquezas dos Fundos Marinhos – A actividades de pesquisa aos fundos do mar devem incidir num rápido Planeamento das riquezas minerais nele existentes; nas riquezas arqueológicas e na capacidade das actividades subaquáticas desde a cientificas até às de cinema e vídeo.
Para levar à prática a execução de todas as actividades, acima referenciadas, deve ser instituída UMA LISTAGEM urgente das mesmas (quer públicas quer privadas) e constituído um Fundo de pelo menos 20 mil milhões de Euros que seriam atribuídos de acordo com a ordem prioritária da referida lista das obras públicas rentáveis e de garantia sustentável futura aos empregos a criar.
De imediato os projectos do TGV, do novo aeroporto de Lisboa, da 3º travessia do Tejo e das auto-estradas planeadas, para menos de 100 quilómetros das existentes, seriam colocados no final da referida LISTAGEM.
Se conhecerem outro projecto para melhor e mais rapidamente reduzir o tremendo défice comercial que nos vai afogar a todos apresentem-no.
Está nas vossas mãos.

Joaquim Ferreira da Silva
Capitão da Marinha Mercante
Membro da Secção Transportes de Sociedade de Geografia
Membro da Academia de Marinha
Presidente da Fundacion TECNOSUB-Tarragona
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